Paixão para vários: final do CBLOL será celebrativa diz gerente de produto ao assegurar que essência será mantida para 2025
Igor Corrêa falou ao IGN sobre bastidores da preparação para grande final do CBLOL 2024.
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Crédito: Bruno Alvares e Cesar Galeão/Riot Games Ao atuar com o produto CBLOL, uma das principais responsabilidades de Côrrea é vender o campeonato de forma atrativa para empresas endêmicas e não-endêmicas. Para ele, que já trabalhou com os dois lados da moeda, o torneio “entrega o ápice do competitivo de LoL no Brasil e até de esports” na totalidade. É, no entanto, necessário mesclar a intenção de chegar ao jovem com uma linguagem que também atenda a novos usuários “sem parecer tiozão”.
Mas a peça que mais marcou Corrêa foi a que incluiu o público-alvo do CBLOL como elemento.
“A campanha CBLOL Diff foi uma campanha que me impactou bastante porque eu realmente me sentia tocado como profissional, mas tambem como fã. Me sentia parte daquilo, porque acho que o componente que é o diferencial do CBLOL é realmente a comunidade no centro, entender que a comunidade faz para a comunidade o CBLOL ser o CBLOL.”
A integração entre transmissão-público permaneceu a ponto de se tornar uma marca do campeonato, com clubes participantes “adotando” seus torcedores e a Riot instaurando “A CBLOL” para referir-se à ‘Comunidade Brasileira de League of Legends’.
“Ao mesmo tempo que me senti conectado, sinto que a comunidade entendeu como apesar de ser algo super competitivo, tem uma camada de uma comunidade que vive e respira aquilo. Me sinto feliz, realizado e de certa forma representado — senti que transbordamos e conseguimos entregar, realmente, o que sentimos e o que fazemos internamente para que mais pessoas se conectem com o CBLOL”.
De 2017 para 2024
O Estádio Jornalista Felippe Drummond (popularmente chamado de Mineirinho) foi o local escolhido para a grande final entre Vivo Keyd Stars e paiN Gaming, que acontece neste sábado (7). Corrêa explicou que a decisão foi tomada imediatamente após a conclusão do torneio de 2023 em Recife, que coroou a LOUD como tricampeã. Na entrevista e durante a visita aos bastidores da Riot Games Brasil que ocorreu durante a competição inclusiva de VALORANT, foi informado que, desta vez, a empresa optou por levar seus próprios equipamentos de transmissão para o local da final, o que fez com que o critério estrutura pesasse ainda mais.
Foi em 2017 que o Mineirinho recebeu o CBLOL pela primeira vez e o estádio viu a Team oNe ser campeã em cima da paiN Gaming, que voltará a pisar no local após sete anos. “Belo Horizonte sempre foi muito legal porque temos uma fanbase muito grande dentro de Minas Gerais como um todo e, querendo ou não, é o epicentro. Tem um fator logístico muito fácil por quase toda MG e também por boa parte do país”, destacou Corrêa.
“Queríamos entregar o melhor show possível para os fãs. Falo que é sempre difícil, porque vamos aumentando o nível um pouquinho a cada ano e vai ficando mais difícil. Escolhemos BH pensando também em dar oportunidade para a maior parte dos fãs que não têm acesso à São Paulo, à Arena CBLOL e tudo o mais, ter um baita show”.
“O Mineirinho, como estrutura e tudo que estamos pensando, entrega muito e nos possibilita fazer um pouco do que queríamos, que é uma experiência expandida. Não queremos só o evento da final, queríamos uma experiência expandida que consiga fechar esse arco celebrativo deste ano … Fazer o balanço entre uma experiência legal, atender o máximo de fãs e conseguir com que presencial e online tenham um baita show é realmente o momento mais desafiador de qualquer final. Dessa vez, não foi diferente”.
As várias frentes do torneio
Crédito: Bruno Alvares e Cesar Galeão/Riot Games Nos últimos anos, o trap e o rap tomaram conta dos eventos relacionados ao MOBA no Brasil. Para esta grande final, no entanto, a desenvolvedora deu um passo para o outro lado e organizou uma cerimônia de abertura com os artistas de metal Edu Falaschi (ex-vocalista do grupo Angra), Lucas Inutilismo e a banda AXTY; enquanto isso, o rapper Djonga será a atração do show do intervalo feito em parceria com a Heineken.
“Temos que escutar a comunidade, saber o estilo musical que gostam, saber o que estão curtindo no momento, o que é tendência no Brasil. Se estamos fazendo muito de uma coisa, vamos para o outro lado”, disse Corrêa cerca de um mês antes da revelação dos representantes musicais que estarão em Belo Horizonte. “Estamos sempre pensando o que eles parceiros vão trazer para contrabalancearmos e conseguirmos agradar todo mundo”.
Mas não é somente na música que a divisão brasileira da Riot Games passou a optar por mesclar o maior número possível de interesses de seu público-alvo. No início deste ano, a empresa decidiu atender aos pedidos dos espectadores e passou a permitir que influenciadores transmitissem partidas oficiais com imagens em seus canais individuais; anteriormente, os criadores de conteúdo optavam pelo formato de ‘radinho’ enquanto comentavam jogadas.
“As pessoas têm oportunidade de assistir como querem. É uma tendência de consumo on-demand, não podemos negar que é algo super agregador”, disse Corrêa ao justificar a decisão como parte da estratégia de aumento de visualizações do torneio. “Todos os parceiros que estão conosco possuem suas peculiaridades, entregando diferentes conteúdos. Foi muito importante trazer pessoas que assistiam ao CBLOL lá no passado e agora querem se conectar para assistir Ilha do Congo, Ilha das Lendas, porque eles têm conexão com streamer e voltaram a ter com o CBLOL. Temos Revelah Casters fazendo costreams e várias pessoas que antigamente não tinham acesso ou nem eram da nossa comunidade; Allan (O Estagiário) que faz pela FURIA …, Coreano que fez pela LOUD, por exemplo”.
É uma estratégia que nasce com a gente, mas é do ecossistema. As chamadas costreams cresceram a ponto de que a empresa criasse um espaço na Arena CBLOL para transmissões presenciais rotativas, e o Mineirinho terá uma área dedicada para 10 influenciadores — seleção que, curiosamente, parece ser a única a não abraçar a diversidade de gostos e opiniões ao optar somente por homens. No mais, teremos que esperar para descobrir se criadores que não estiverem presencialmente em Belo Horizonte poderão retransmitir a final.
A última final?
Crédito: Bruno Alvares e Cesar Galeão/Riot Games Conforme dito, a empresa levará o rap e o heavy metal para Belo Horizonte em uma celebração que retoma um dos maiores clássicos do LoL brasileiro. Ainda que a desenvolvedora não reconheça oficialmente este CBLOL como o último, tudo em torno parece sugerir uma experiência com teor comemorativo, a começar pela decisão de chamar ex-jogadores que fizeram história, como YoDa e Sacy, para estarem presencialmente no Mineirinho.
“Tem bastante coisa legal e um tom celebrativo muito interessante; sabemos que é um grande momento, é o ápice do campeonato, um capítulo muito importante na nossa história de forma geral”, disse Corrêa.
“Neste ano, a busca por novos caminhos nos levou a soluções artísticas inesperadas, o que de certa forma combina com a própria temática da abertura, de recuperar o passado para trilhar novos horizontes inesperados e promissores”, revelou Daniel Gouw, diretor de marketing criativo da desenvolvedora, com o anúncio de que a abertura seria tomada pelo heavy metal.
Os “novos horizontes inesperados” mencionados por Gouw são certamente uma referência ao novo campeonato que iniciará em 2025 e terá times do Brasil, um time da futuramente extinta Liga Latinoamérica (LLA) e uma equipe do Tier 2.
O time que vencer a decisão do último CBLOL da história da liga competitiva receberá R$ 115 mil em dinheiro e conquistará a vaga para o campeonato mundial Worlds, programado para acontecer em arenas de Londres, Paris e Berlim entre 25 de setembro e 2 de novembro.
Essa pode ser a última vez que o Brasil terá, no mínimo, uma vaga direta para o Worlds — a desenvolvedora Riot Games ainda não especificou como será a distribuição a partir de 2025. Os responsáveis, no entanto, asseguraram que a identidade criada para a edição brasileira campeonato nos últimos anos não sofrerá reformulações.
Em entrevista ao IGN Brasil após a mudança das ligas das Américas ser anunciada, Carlos Antunes, diretor da modalidade para as regiões em questão, ressaltou que “a transmissão em português é para a comunidade brasileira, então não tem sentido entregar algo diferente do que a comunidade espera”.
“Temos várias discussões, acho que o Caco já citou para você em uma entrevista anterior que estamos discutindo e pensando, mas uma coisa que com certeza não vai mudar é a nossa essência. O brasileiro está conectado com a forma que fazemos e como fazemos, o estilo, a identidade e um pouco do DNA da marca. Isso é algo que com certeza vamos manter porque é sabemos que é a receita que dá certo, é o que faz realmente sucesso e sabemos que isso não muda efetivamente”, disse Corrêa.
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Riot Games27 de Outubro de 2009
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